Escritores são verdadeiros artistas. Com sua imaginação eles nos incentivam a também imaginar novos mundos, conhecer novas histórias e, a partir disso, nos dão outras lentes e ângulos para enxergarmos a realidade. Ainda assim, há aqueles que não veem vantagens na leitura. No caso das crianças e jovens, que muitas vezes leem obras solicitadas pelos professores em um contexto de “obrigação”, a atividade pode se tornar ainda menos atrativa.
Para a gerente educacional e coordenadora da equipe de assessoria pedagógica da Editora FTD, Viviane Flores, houve mudanças positivas nas práticas pedagógicas em relação aos livros e acrescenta que os bons resultados aparecem quando as instituições propõe a leitura além do acadêmico, trabalhando na formação do leitor.
Mas a formação leitora não cabe apenas à escola. Se os pais desejam que os filhos leiam, precisam eles mesmos dar o exemplo. “Não conseguimos educar apenas pelo discurso. Se não há um ambiente leitor tudo fica mais complicado. Se você não tem na sua casa um ambiente de pessoas que leem com frequência, que compram revistas ou jornais, efetivamente esse trabalho se torna muito vazio”, diz Viviane.
Para ela, o hábito de leitura dos pais influencia diretamente no comportamento dos filhos. Ela acrescenta que a hora de lazer também pode ser um bom momento para trazer a literatura à vida das crianças. “Visitar livrarias e bibliotecas é uma cultura que algumas famílias incentivam e cultuam como um valor. Isso vai fazendo com a que criança cada vez mais goste desse tipo de passeio. Em contato com as estantes coloridas de uma livraria é muito mais fácil você despertar esse interesse, folhear boas obras, ter boas escolhas...Isso tudo é um caminho”, aponta a especialista.
Mas Viviane ressalta que é um processo. Aos poucos, deve-se ir incentivando o aumento da frequência da leitura e a oferta de gêneros. “É um prazer que a criança vai descobrindo por si só”, afirma.
Nesta época, em que o Dia das Crianças se aproxima e se multiplicam os desejos de presentes, sair um pouco da rotina e realizar um passeio em uma boa livraria, atrativa e instigante, é um bom começo. Em contato com esse ambiente inspirador, é hora de oferecer um livro que tenha despertado o interesse da criança. Veja algumas opções:
Carlota bolota
Em Carlota Bolota, de Cristina Porto, a personagem narra sua vida desde o nascimento, marcada pelos episódios de bullying devido à obesidade. A discriminação começa na própria casa, pelo apelido colocado pelo irmão. A história chega ao seu apogeu quando Carlota torna-se craque de um time de futebol.
Preço: R$ 36,90
Recomendação: A partir do 3º ano
Contos dos curumins guaranis
Em Contos dos curumins guaranis, os autores Jeguaká Mirim e Tupã Mirin apresentam oito histórias que revelam um pouco do nhande reko (modo de vida) desse povo. A obra mostra como os guaranis mantiveram tradições, língua e cerimônias religiosas apesar do longo convívio com o homem branco. Uma façanha que a maioria dos povos indígenas não atingiu.
Preço: R$ 36,90
Recomendação: A partir do 4º ano
Histórias africanas
A consagrada autora Ana Maria Machado reconta em Histórias africanas quatro episódios que revelam um pouco da riqueza cultural dos povos africanos. Contar histórias, em todas as culturas, sempre foi um modo de expressar valores e incentivar virtudes. Nesta obra, as histórias de tradição oral revelam o modo de sentir e de viver de um povo.
Preço: R$35,60
Recomendação: A partir do 4º ano
Quadradomingo
Com a conhecida irreverência de seus textos, Flavio de Souza nos apresenta, em Quadradomingo, o Edifício Ibéria e seus moradores. Eles compartilham uma quadra, onde acontecem confusões, brigas, demonstrações de amizade e muito futebol. Mingo é um menino de nove anos que vive por lá e coleciona bolas e camisetas do seu time do coração. Por conta de toda essa paixão, ele está escrevendo um Dicionário terminológico futebolístico, explicando os termos esportivos à sua maneira.
Preço: R$ 39,00
Recomendação: A partir do 5º ano
O pequeno samurai
Em O pequeno samurai, André Kondo conta a história de Yuji, um menino que deixa seu país rumo ao Brasil. Ele enfrenta vários desafios e, com a ajuda do avô, descobre que é um pequeno samurai. O livro recebeu o Prêmio Nacional de Literatura Infantil João-de-Barro em 2009, com dupla menção honrosa.
Preço: R$ 38,00
Recomendação: a partir do 4º ano
Zero, pra que te quero?
Gianni Rodari brinca na obra Zero, pra que te quero? com a autoestima do número, que se considera sem valor, sem atenção dos outros algarismos. Até que o 1 pega carona com ele e, sentados lado a lado, ganham outro significado. O texto em verso aponta o valor posicional do numeral zero na matemática, ao mesmo tempo em que aborda metaforicamente a questão de que todos têm valor. O Zero foi uma das criações mais importantes da humanidade, juntamente com o fogo, a roda, o telefone e a televisão.
Preço: 35,90
Recomendação: A partir do 1º ano
Via Editora FTD
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