Mil crises. Elas vão e voltam, sempre estão na iminência de acontecer. São as crises de culpa materna. Compartilho com vocês um vídeo que motivou a minha mais recente crise e que, certamente, fará outras mães pensarem no assunto também.
É o relato de um pediatra mostrando a importância da presença dos pais na vida dos filhos. Ele fala como a relação entre pais e filhos mudou "nos tempos modernos", onde a dedicação à vida profissional tem sido maior do que na pessoal. Onde os pais levavam os seus filhos ao pediatra para perguntar se eles estavam bem, para saber da alimentação mais adequada... E, agora, os pais levam os seus filhos ao pediatra apenas quando estão doentes, enfrentando todas as dificuldades para justificar essa liberação no trabalho. Por resistência das empresas ou negligência dos pais, muitas crianças são levadas ao pediatra pelas babás ou avós.
Faço questão dos meus filhos serem acompanhados por mim e, nos poucos casos que eu realmente não posso acompanha-los, o pai vai. Me desdobro para estar presente em todos os eventos escolares. Tento comparecer aos aniversários dos coleguinhas. Mudei a minha rotina (e a deles), transferindo as crianças para o turno matutino para que eu possa levá-los diariamente para a escola. Mas dificilmente almoço em casa. Apenas uma vez na semana consigo buscá-los na escola. Dois dias na semana tenho curso à noite e não volto pra casa a tempo de colocá-los para dormir. Nas outras três noites da semana, nem sempre chego em tempo de ler as estorinhas. Final de semana, tenho que dividir o tempo deles com o pai. Sobra pouco. Muito pouco tempo com as crianças. Deve ser tão ruim pra mim quanto pra eles esse contato reduzido conosco.
Os encho de amor e carinho. Nunca bati. Raríssimo perder a paciência com eles. Mas não é só isso, o tempo conta. Essa história da qualidade ser mais importante que quantidade é consolo idiota. Como disse o pediatra no vídeo que acionou essa minha crise atual: "experimente dizer ao seu chefe que só irá trabalhar meia hora por dia, mas com muita qualidade. Veja se ele vai gostar."
A criança precisa de presença de pai e de mãe. Mas a carga maior de culpa e exigência recai sobre a mãe. Penso nas poucas horas que passo com eles diariamente e sofro. Penso que também não conseguiria abandonar o meu trabalho e sofro. Penso que a equação não fecha e me desespero. Respiro fundo e tento me acalmar.
É o relato de um pediatra mostrando a importância da presença dos pais na vida dos filhos. Ele fala como a relação entre pais e filhos mudou "nos tempos modernos", onde a dedicação à vida profissional tem sido maior do que na pessoal. Onde os pais levavam os seus filhos ao pediatra para perguntar se eles estavam bem, para saber da alimentação mais adequada... E, agora, os pais levam os seus filhos ao pediatra apenas quando estão doentes, enfrentando todas as dificuldades para justificar essa liberação no trabalho. Por resistência das empresas ou negligência dos pais, muitas crianças são levadas ao pediatra pelas babás ou avós.
Faço questão dos meus filhos serem acompanhados por mim e, nos poucos casos que eu realmente não posso acompanha-los, o pai vai. Me desdobro para estar presente em todos os eventos escolares. Tento comparecer aos aniversários dos coleguinhas. Mudei a minha rotina (e a deles), transferindo as crianças para o turno matutino para que eu possa levá-los diariamente para a escola. Mas dificilmente almoço em casa. Apenas uma vez na semana consigo buscá-los na escola. Dois dias na semana tenho curso à noite e não volto pra casa a tempo de colocá-los para dormir. Nas outras três noites da semana, nem sempre chego em tempo de ler as estorinhas. Final de semana, tenho que dividir o tempo deles com o pai. Sobra pouco. Muito pouco tempo com as crianças. Deve ser tão ruim pra mim quanto pra eles esse contato reduzido conosco.
Os encho de amor e carinho. Nunca bati. Raríssimo perder a paciência com eles. Mas não é só isso, o tempo conta. Essa história da qualidade ser mais importante que quantidade é consolo idiota. Como disse o pediatra no vídeo que acionou essa minha crise atual: "experimente dizer ao seu chefe que só irá trabalhar meia hora por dia, mas com muita qualidade. Veja se ele vai gostar."
A criança precisa de presença de pai e de mãe. Mas a carga maior de culpa e exigência recai sobre a mãe. Penso nas poucas horas que passo com eles diariamente e sofro. Penso que também não conseguiria abandonar o meu trabalho e sofro. Penso que a equação não fecha e me desespero. Respiro fundo e tento me acalmar.
Penso no que eu posso fazer para melhorar a situação. Penso em alternativas. Revejo os meus horários e encontro algumas saídas: voltar para almoçar em casa algumas vezes na semana, sair pontualmente do trabalho e finais de semana revezar os dias (sábados e domingos), para que sempre eles possam passar todos os finais de semana com o pai e a mãe. Se para pais casados é difícil encontrar o tempo satisfatório para ficar com os filhos, imagina com pais separados.
E não é só o tempo juntos. É saber os nomes de cada coleguinha da escola e do prédio, é ir na escola e conversar com os professores, é ter convívio com as outras mães (o whatsapp pode ser um importante facilitador!), é saber e debater os acontecimentos diários da vida deles, é educá-los como se portar nas situações da vida, é ensinar valores e princípios, é aculturá-los, é promover experiências, é incentivar o lúdico, é estimular o raciocínio, é trabalhar a coordenação motora, é cuidar da saúde física e emocional. É fazê-los felizes e saudáveis.
O amor é essencial, mas ele precisa ser materializado em atitudes e exemplos. Um "eu te amo" é fundamental e deve ser dito e repetido com a maior frequência possível, mas não é só isso.
E no intervalo entre essa crise e a outra, que certamente virá, eu vivo as alegrias e angústias da melhor e mais difícil função do mundo: ser mãe.
Vejam o vídeo abaixo. Mas, atenção, não me responsabilizo por nenhuma crise de culpa alheia, ok? (risos) Mas entenderei perfeitamente
E não é só o tempo juntos. É saber os nomes de cada coleguinha da escola e do prédio, é ir na escola e conversar com os professores, é ter convívio com as outras mães (o whatsapp pode ser um importante facilitador!), é saber e debater os acontecimentos diários da vida deles, é educá-los como se portar nas situações da vida, é ensinar valores e princípios, é aculturá-los, é promover experiências, é incentivar o lúdico, é estimular o raciocínio, é trabalhar a coordenação motora, é cuidar da saúde física e emocional. É fazê-los felizes e saudáveis.
O amor é essencial, mas ele precisa ser materializado em atitudes e exemplos. Um "eu te amo" é fundamental e deve ser dito e repetido com a maior frequência possível, mas não é só isso.
E no intervalo entre essa crise e a outra, que certamente virá, eu vivo as alegrias e angústias da melhor e mais difícil função do mundo: ser mãe.
Vejam o vídeo abaixo. Mas, atenção, não me responsabilizo por nenhuma crise de culpa alheia, ok? (risos) Mas entenderei perfeitamente
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