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24 de mai. de 2014

Fale menos "nãos" para seus filhos




Fale menos "nãos" para os seus filhos. Deixe eles se arriscarem mais, pois os desafios constróem a autoconfiança, qu...alidade tão importante para a difícil missão da vida. Mas continue falando os "nãos" necessários para educá-los, para mostrar as regras da boa convivência, para ensiná-los como serem prestativos, gentis e para garantir-lhes segurança. Fale os poucos nãos com firmeza e doçura, olhando nos olhos, para ensinar o jeito certo de fazer as coisas.

A função principal dos pais é dar aos filhos muito amor, ensinar valores e formar seres humanos sensíveis e capazes de enfrentar os desafios da vida. Tenho convicção disso, acho muito bonito na escrita, mas na prática, eu, mãe de primeira viagem de gêmeos, sei como é difícil. Pois todas essas lições moram nos inúmeros atos da rotina, como a difícil tarefa de fazer seus filhos obedecerem os todos os seus "nãos" e aceitarem fazer as coisas do seu jeito. Hoje, percebi na prática que a gente nunca será, para os outros, a mãe que pensa ser. Uma babá recém iniciada na minha casa me falou que eu falo poucos nãos. Talvez ela tenha razão. Mas aprendi que eu preciso ser a mãe que os meus filhos precisam que eu seja. Uma mãe para o Rô e outra para a Rafa. Cada um com as suas necessidades. Nunca serei a mãe modelo para ninguém. Gosto da relação que tenho com os meus filhos, embora saiba que, agora perto deles completarem 2 anos, a missão de educar será mais árdua. Não será fácil, ninguém mentiu pra mim; mas com dois ao mesmo tempo, de primeira viagem, o desafio se torna ainda maior. Me sinto feliz, abençoada e posso dizer que me sinto reparada para APRENDER! (Risos) Isso pra mim já é o suficiente, pois não tenho como saber de algo que eu nunca vivi e que (por mais que tentem) não se ensina nos livros. Paciência, muito amor e coração aberto.

Apesar de saber que as situações de conflito entre o querer deles e o meu poder serão afloradas a partir de agora, li a respeito que essa educação da primeira infância, até os 3 anos, é definitiva para estabelecer o padrão de comportamento das crianças. Então é importante a gente se ligar nisso... Ensine os seus filhos a ouvir, a conversar, pois assim terão mais chance de serem sensatos e compreensivos. Dê muito amor sempre, acima de qualquer coisa, pois assim serão mais sensíveis e receptivos ao amor, mais dispostos e sociáveis. Ensine valores, mostre o que é certo e errado, explique o significado das coisas, pois assim, terão mais chance de se tornarem seres humanos corretos, honestos, esclarecidos e de boa índole. Ensine as regras de convivência social, mostre como cumprimentar os outros, como se portar numa mesa, como respeitar o espaço dos outros, isso fará muita importância no futuro. Dê oportunidades aos seus filhos, permita que eles tenham autonomia (ainda que controlada), mostre o quanto eles são capazes de aprender e executar - sair da zona de conforto faz toda a diferença na construção da autoconfiança. Se possível, incentive que eles viajem, vá junto algumas vezes, incentive a leitura, mostre o quanto é importante o conhecimento e a experiência. Estude com eles, aprenda e ensine. Sobretudo, mostre que tudo e todos são fonte de aprendizado; não deixe que eles se guiem pela aparência, as lições da vida dos mais humildes são tão importantes quanto as acadêmicas dos mais letrados. Desenvolva a sensibilidade dos seus filhos para que eles percebam a grandiosidade da vida, pois nós pais não podemos cair na vaidade de querer filhos que apenas obedeçam as nossas ordens, e sim ponderar até que ponto essas "ordens" contribuem para o crescimento deles.


Pai e mãe são autoridades, por isso mesmo, saiba que mais importante que os seus filhos obedeçam, é que eles aprendam. Os pequenos "nãos" (aqueles falados por impulso ou para atender uma expectativa alheia) desobedecidos pelos meus filhos, não me incomodam (talvez incomodem mais aos outros, incluindo a minha novata baba). Eles são tão banais que hoje entendo que, para a própria autonomia e aprendizado deles, deveriam mesmo ser ignorados. Sei que é difícil, mas vou me policiar para não banalizar os "nãos" e mostrar a tamanha importância que eles têm nas nossas vidas, pois ensinar a superar a frustração talvez seja a mais difícil e importante das tarefas desta tão deliciosa jornada de ser mãe.




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